Roseli Saraiva Moreira Bittara, Maruska D’Aparecida Santosa, Raquel Mezzalira
Global sugar consumption has increased in the past 50 years; its abusive intake is responsible for peripheral insulin resistance, which causes the metabolic syndrome – obesity, diabetes mellitus, hypertension, and coronary heart disease.
To evaluate the effect of a fractionated diet without glucose as treatment for labyrinthine disorders associated with glucose–insulin index.
The study design was a prospective randomized controlled trial. Fifty-one patients were divided into two groups: the diet group (DG), which comprised subjects treated with a fractionated diet with glucose restriction, and the control group (CG), in which individuals were not counseled regarding diet. Patients underwent computerized dynamic posturography (CDP) and visual analog scale (VAS) on the first and 30th days of the study.
There was improvement in the assessed posturographic conditions and VAS self-assessment in the DG group after 30 days when compared to the control group.
The fractionated diet with glucose restriction was effective for the treatment of vestibular dysfunction associated with glucose metabolism disorders.
Oscar Antônio Queiroz Maudonnet, nascido em Campinas no dia 05 de novembro de 1.940, falecido em 29 de abril de 2.007. Casado com Maria Beatriz Nogueira Maudonnet (“Dona Bia”) são seus filhos Eduardo, Eloísa e Ricardo.
Formado pela Universidade Federal de São Paulo (antiga Escola Paulista de Medicina) em 1.969, trabalhou como médico assistente do Professor Maurício Malavazi Ganança e estagiou no Setor de Labirintologia da UNIFESP.
Foi o primeiro residente de Otorrinolaringologia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e, ao término de seu treinamento, tornou-se docente da disciplina e responsável pela área de Otoneurologia.
Em 1.972 iniciou seu trabalho no Instituto Penido Burnier, onde foi responsável durante quase 30 anos pelo serviço de Otoneurologia.
Em 1.975 defendeu seu doutorado na Unicamp cujo tema foi “Da estimulação calórica bilateral simultânea: estudo eletronistagmográfico”.
Complementou sua formação na Faculdade de Medicina da Universidade Louis Pasteur em Strasbourg.
Membro da Neurootological and Equilibriometric Society (GNA-NES), participou ativamente de uma série de meetings.
Em 1.999 publicou o livro “Avaliação Otoneurológica”.
Durante a sua atividade profissional dedicou-se, entre outras coisas, à pesquisa, ao estudo e ao ensino da Otoneurologia e contribuiu de maneira decisiva na formação de vários profissionais, entre médicos e fonoaudiólogos ligados a esta área.
Como alunas que fomos, gostaríamos de deixar na forma desta pequena biografia, nossa homenagem sincera.
A ele, o nosso respeito, a nossa admiração e o nosso muito obrigada.
Raquel Mezzalira e Marcia Bilécki
Prof. Dr. Sérgio Albertino, Doutor em Neurologia e Professor Adjunto IV da Faculdade Fluminense de Medicina
Introdução
A otoneurologia apresenta uma conexão importante com vários sistemas para a manutenção correta do equilíbrio corporal, em especial o sistema nervoso central (SNC) e suas conexões periféricas. As patologias que acometemo SNC frequentemente acarretam distúrbios do equilíbrio como, por exemplo,a Doença de Parkinson e a Esclerose Múltipla (EM).
Descrita por Jean-Martin Charcotno século XIX1,aEM tem uma importância especial por acometer os indivíduos na fase jovem e mais produtiva, apresentando os primeiros sintomas entre 20 e 40 anos.É uma doença crônica, de evolução progressiva e imprevisível, acarretando limitações físicas com repercussão emocional e na vida social do paciente.
A EM é uma doença de etiologia multifatorial, inflamatória, autoimune, desmielinizante, crônica, com lesão axonal degenerativa. As áreas de desmielinização são responsáveis por déficits funcionais com manifestações clínicas muitas vezes incapacitantes. A evolução da doença pode ser benigna ou bastante agressiva2.
A EM acomete ambos os gêneros na proporção de 2 mulheres para:1 homem. Raramente acomete crianças, adolescentes ou adultos acima de 60 anos.
A prevalência no Brasil é relativamente baixa variando de acordo com a região ou cidade pesquisada com variações de 1,36 em 100.000 habitantes na cidade do Recife, 15/100.000 em São Paulo e 27,2/100.000 em Santa Maria no Rio Grande do Sul2-3-4-5.
A fisiopatologia não está ainda esclarecida. É uma doença com uma resposta autoimune contra antígenos proteicos e lipídicos da mielina do sistema nervoso central. As lesões imunes são ativadas e coordenadas por linfócitos T. A desmielinização é decorrente de processo inflamatório, principalmente, nos espaços periventriculares, tronco encefálico, nervo óptico,medula espinal, cerebelo e cortex2.
Formas de evolução clínica6-7
– Forma Recorrente-Remitente – 70% a 80% dos pacientes. Caracteriza-se por surtos seguidos de melhora do déficit neurológico, que pode ser completo ou não.
– Forma Primariamente Progressiva – 15% a 20% dos pacientes. Ocorre progressão desde o início da doença, com períodos de estabilização.
– Forma Secundariamente Progressiva –10% a 15% dos pacientes. Ocorre uma progressão contínua dos déficits neurológicos.
– Forma Progressiva com surtos – 5% dos pacientes. Evolução progressiva com surtos.
Quadro Clínico
A EM pode acometer qualquer região do SNC com alterações sensitivas, motoras, cerebelares, visuais, cognitiva e esfincteriana. As manifestações clínicas da doença estão diretamente relacionadas ao sítio do SNC comprometido e mais de uma região pode ser pode ser comprometida de modo concomitante. Assim, faz parte do quadro clínico ocorrerem manifestações neurológicas demonstrando dano de diferentes áreas no SNC.
Sintomas
No inicio da doença os sintomas podem passar despercebidos em virtude de ser comum o caráter temporário das primeiras manifestações.
Os primeiros sinais e sintomas podem ocorrer em surtos recorrentes, temporários ou um processo gradual e progressivo caracterizado por alterações físico-funcionais8:
Mais tardios são:
Podem ocorrer também déficits cognitivos, diminuição da atenção, alterações da memória e do processamento de informações.
Em relação às alterações otoneurológicas, estas podem surgir tanto devido a lesões desmielinizantes da EM comprometendo as vias cocleovestibularescentrais ou mesmo serem concomitantes a doença de base. O importante é avaliar o paciente com queixa de distúrbio do equilíbrio corporal através de uma anamnese bem orientada e realizando uma avaliação instrumental, para diagnosticar e tratar outras doenças que podem comprometer o equilíbrio corporal independente da sua doença primária, contribuindo para que estes pacientes tenham uma melhor qualidade de vida.
Diagnóstico
Outros exames de rotina:
Critérios de Mcdonald 2010 para o diagnóstico9
Critério de McDonald 2010 para Esclerose Múltipla | |||
Apresentação Clínica | Dados Adicionais para o Diagnóstico | ||
Dois ou mais ataques com evidência objetiva clínica de duas ou mais lesões ouevidência objetiva clínica de uma lesão e evidência histórica razoável de ataque anterior. | Nenhum. | ||
Dois ou mais ataques com evidência objetiva clínica de uma lesão. | Disseminação no espaço demonstrada por: uma ou mais lesões em T2 em pelo menos 2 dos 4 locais típicos de acometimento por esclerose múltipla no sistema nervoso central (periventricular, justacortical, infratentorial, ou medula espinhal) ou aguardar segundo ataque com acometimento de uma região diferente do sistema nervoso central. | ||
Um ataque com evidência objetiva clínica de duas ou mais lesões. | Disseminação no tempo evidenciada por: presença simultânea de lesões captantes e não captantes de gadolínio a qualquer momento ou a presença de uma nova lesão em T2 (com ou sem captação de gadolínio) no seguimento ou aguardar um segundo ataque clínico. | ||
Um ataque com evidência clínica de uma lesão. | Disseminação no tempo evidenciada por: presença simultânea de lesões captantes e não captantes de gadolínio a qualquer momento ou a presença de uma nova lesão em T2 (com ou sem captação de gadolínio) no seguimento ou aguardar um segundo ataque clínico.Disseminação no espaço demonstrada por: uma ou mais lesões em T2 em pelo menos 2 dos 4 locais típicos de acometimento por esclerose múltipla no sistema nervoso central (periventricular, justacortical, infratentorial ou medula espinhal) ou aguardar segundo ataque com acometimento de uma região diferente do sistema nervoso central. |
Tratamento
O tratamento da EM deve ser iniciado o mais breve possível. As formas de tratamento serão sempre avaliadas e personalizadas para cada fase da doença.
REFERÊNCIAS
Marco Aurélio Bottino
Professor Assistente do Setor de Otoneurologia do HCFMUSP. Doutor em Medicina pela Universidade de São Paulo
Produções
Roseli Saraiva Moreira Bittar
Professor Assistente do Setor de Otoneurologia do HCFMUSP. Doutor em medicina pela Universidade de São Paulo
Produções
Denise Utsch Gonçalves
Professora Titular de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Doutorada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais
Produções
Mauricio Malavasi Ganança
Professor Titular de Otorrinolaringologia da Universidade Federal de São Paulo
Médico otorrinolaringologista do Centro Diagnóstico do Hospital Sírio-Libanês
Norimar Dias
Professor responsável pelo Setor de Otoneurologia do Hospital das Clínicas de Botucatu – UNESP. Doutor em Medicina pela UNESP.
Produções
Sergio Albertino
Professor Adjunto IV da Faculdade Fluminense de Medicina. Doutor em Neurologia pela Faculdade Fluminense de Medicina
Produções
Ítalo Roberto Torres de Medeiros
Professor Assistente do Setor de Otoneurologia do HCFMUSP. Doutor em medicina pela Universidade de São Paulo
Produções
Mônica Alcantara de Oliveira Santos
Professora Instrutora da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Doutorado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Produções
Dr. Rogério Carvalho
Médico especialista em otorrinolaringologia, responsável pelo setor de Otoneurologia da Clínica Borges de Carvalho Otorrinos.
Aluno de complementação Especializada em Otoneurologia Clínica, na disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Aluno de complementação Especializada em Otoneurologia Clínica, na disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Dra. Denise Utsch Gonçalves
Professor Associado III de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas gerais. Coordenadora do Ambulatório de Otoneurologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
Ítalo Roberto Torres de Medeiros
Médico Assistente do Ambulatório de Otoneurologia do HCFMUSP e Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Atualmente Diretor Técnico de Serviço de Saúde no HCFMUSP.
Dr. Marco Aurélio Bottino
Diretor do Setor de Otoneutologia do HCFMUSP, doutor em medicina pela Universidade de São Paulo.
Dr. Mario Edvin Greters
Professor Assistente Doutor de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Dra.Roseli Saraiva Moreira Bittar
Professor Assistente Doutor do Setor de Otoneurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Dr. Sergio Albertino
Professor Adjunto IV e Doutor em Neurologia da Faculdade Fluminense de Medicina.
Dr. Rogério Carvalho
Médico especialista em otorrinolaringologia, responsável pelo setor de Otoneurologia da Clínica Borges de Carvalho Otorrinos.